lisérgico

o leve deslize das ondas quentes do meu sangue

provoca visão errante

andar trocado

falta a palavra

ato falho.

preto e branco se deitam em cores

misturados e sem nexo.

e me agrada.

pi-eterno

tua força não tem início ou fim

como ímpeto circular

bem assim é tua arte

que seguirá... ah, seguirá!

aqui.

ali.

em átomos, no ar

cada vez que um livro for aberto

ali e, sobretudo

aqui

letras de arranjarão a escrever teu nome:

PI.

com amor.

há

há em mim tão muito de ti

que te encontro em meus rabiscos e me perco em teus anseios

verde relva aparada por lâmina que ora também perfura

há em mim, enfim, o que outrora se perdeu

um solavanco esperançoso

abrupto, à revelia

há, sim, em mim, meu bem,

centelha barroca de desejo

por vezes me escondo

por vezes te beijo

ainda que tudo só aconteça, de fato, em mim.

dedicado a blm 

corpo-poema

o tempo passa diante dos olhos,

como o balançar das folhas ao redor

o sabor sutil e amargo das ervas

da gosto material à letra de Aldir

           "morro de amor

             pra tentar reviver"

revivo. 

refeito em verso.

tela de tua tinta

caderno de teus ensaios mais insanos

profanos.

queimando por dentro

alquimista.

magia negra exposta em luz.

teu.

uma vila

sinto o vento correr

no compasso do meu sangue

entre veias

artérias

abertas

terrenas

finitas onde há prazer em viver. na vila.