Tudo que te prometo é isto: NADA. Nem a decepção do que não posso entregar. Nem a alegria da surpresa; mas a mim. Todos os dias. Inteiro.
Não te prometo uma vida que não posso prever. Não te faço promessas eternas. Não te prometo o eu de amanhã. Te prometo o de hoje. Todo.
Não te prometo a alegria, mas sentir tuas lágrimas. Não poderia te prometer nada incomum; nada além da devoção no banal, no corriqueiro. Os dias mais absurdamente normais.
A paisagem menos inebriante.
A mais cinza.
O céu mais desgraçadamente desinteressante; o mais esquecível.
Este será o nosso cenário.
E não porque eu não te ame.
Esteja certo do oposto.
Te ofereço a constância dos dias medíocres, apenas porque estes são mais numerosos. Não te prometo o que não posso mudar. Apenas a devocional singeleza do cotidiano. Comigo.
Se algo além do mais universal e público acontecer, algo que desponte, no meio do oceano da trivialidade, será meu prazer vivê-lo e esquecê-lo contigo. Para voltarmos à rotina da existência. Eu não seria tolo a ponto de te dizer que posso tornar o mundo menos mecânico e pontual do que é. Mas podemos enfrentar a tediosa encarnação juntos.
Por te amar, prometo-me e só.
Menos ainda, prometo nada.
Apenas tudo de mim.