quarta-feira, 7 de outubro de 2020

nada demais

Tudo que te prometo é isto: NADA. Nem a decepção do que não posso entregar. Nem a alegria da surpresa; mas a mim. Todos os dias. Inteiro. 


Não te prometo uma vida que não posso prever. Não te faço promessas eternas. Não te prometo o eu de amanhã. Te prometo o de hoje. Todo.


Não te prometo a alegria, mas sentir tuas lágrimas. Não poderia te prometer nada incomum; nada além da devoção no banal, no corriqueiro. Os dias mais absurdamente normais.


A paisagem menos inebriante.

A mais cinza.

O céu mais desgraçadamente desinteressante; o mais esquecível.

Este será o nosso cenário.


E não porque eu não te ame.


Esteja certo do oposto.


Te ofereço a constância dos dias medíocres, apenas porque estes são mais numerosos. Não te prometo o que não posso mudar. Apenas a devocional singeleza do cotidiano. Comigo. 


Se algo além do mais universal e público acontecer, algo que desponte, no meio do oceano da trivialidade, será meu prazer vivê-lo e esquecê-lo contigo. Para voltarmos à rotina da existência. Eu não seria tolo a ponto de te dizer que posso tornar o mundo menos mecânico e pontual do que é. Mas podemos enfrentar a tediosa encarnação juntos. 


Por te amar, prometo-me e só.

Menos ainda, prometo nada.

Apenas tudo de mim. 

Cê bem que queria

deitado, de lado

de braço enrolado

por horas e horas a fio


mais forte que um tiro

o teu ar que eu respiro 

um vinho que nunca bebi



só vim te ver

cadê você?


não tem mais segredo

eu morro de medo

de não ter você mais aqui


não sei se acontece

mas faço uma prece

eu juro com tudo de mim 


me sobes no peito 

sempre do teu jeito

é tudo bem simples assim


no segundo dia

cê bem que queria

meu beijo dou todo pra ti 

Agonia

Dá pra mudar? 

Voltar atrás e esquecer.

Quanto tempo leva pra crescer? 

Não sei se... se me entendes, mas que duro golpe pode vir a ser.

No fim das contas, um passo pra trás e um suspiro profundo te fazem notar a dureza do mundo.

A realidade pintada com requintes de ironia, sarcasmo em alto relevo, marteladas de pura agonia.


Poderia esperar mais?

Só o sabor de lágrimas.

Lágrimas que, por amor derramadas, colam as paginas do livro que conta história do destino.


Sem ti. Senti. 

mais alto

"o teu amor pe uma mentira que a minha vaidade quer"               e teu corpo em minha boca               é a verdade que meu des...