porque desafias a lógica e acertas ao errar
errar, sim, por talvez não encontrar lar
no funcionamento das coisas como supostamente deveriam ser
mas cansado da areia que te antes soterrava em pranto
exausto
resoluto
por isso, em ato descabido, corajoso, ingênuo e cru
rebelando-se contra o que tentou impor a racionalidade cerebral
gritaste: "basta! ja não chega ser eu miserável, pobre, cego e nu?
a quem importa ou interessa tratar-me de forma vil e imoral?"
largaste os grilhões da seriedade opaca dos neurônios em conluio
abraçaste o amor surrado no passado
enfrentaste o olhar estranho de outras vísceras
e me tornaste feliz.
e, por isso, sou-te grato.
porque desafias a lógica e acertas ao errar.
abandonas o que era ou tinha de ser, posto que nada é sua forma final e inapelável
para ser o que precisas, aqui e agora... feliz.
o que dizia meu pensar era contraposto pelo que sentias tu, coração.
e, por isso, sou-te grato.