onde onde estão vocês?
onde foi parar?
a face amiga do lado...
já não mais está.
onde está o amor?
o acorde ao acordar?
a amiga tão querida,
a nota já perdida,
a risada estridente,
onde está a gente,
sofrida, mas contente?
que canta pelos cantos,
de todos os encantos
o mais belo colorir.
onde os vagões do trem da vida
vão nos levar?
à travessia mais bonita!
põe a vida no lugar.
com Luiz Pi Freitas
Tempo é domínio; usado para o que se tem fascínio, mesmo que quando menino. Por isso é no ônibus, entre a ilha e o continente, que escrevo sobre o que me faz contente.
quarta-feira, 29 de julho de 2020
estrada
ei, você ai! que anda tão triste
cabisbaixo, pelos cantos
anda logo aqui
me conte a razão desse teu pranto
ei, você aí! que anda tão triste
cabisbaixo, pelos cantos
senta logo aqui
me conta teu caminho nessa estrada
eu quero que você me mostre toda dor
eu quero que você se livre deste peso que te marca
te veste de alegria, toma a vida pelas mãos
eu quero que você deixe os seus medos na calçada
quase nada...
ei, você ai! me deixe te dizer o que me trouxe até aqui
corre logo aqui que eu conto a razão do meu sorriso
tenho muito mais cicatrizes do que alegrias
mas não importa... ainda canto
canto a minha história
e carrego minha paz nessa jornada
quase nada você leva daqui.
com Luiz Pi Freitas
cabisbaixo, pelos cantos
anda logo aqui
me conte a razão desse teu pranto
ei, você aí! que anda tão triste
cabisbaixo, pelos cantos
senta logo aqui
me conta teu caminho nessa estrada
eu quero que você me mostre toda dor
eu quero que você se livre deste peso que te marca
te veste de alegria, toma a vida pelas mãos
eu quero que você deixe os seus medos na calçada
quase nada...
ei, você ai! me deixe te dizer o que me trouxe até aqui
corre logo aqui que eu conto a razão do meu sorriso
tenho muito mais cicatrizes do que alegrias
mas não importa... ainda canto
canto a minha história
e carrego minha paz nessa jornada
quase nada você leva daqui.
com Luiz Pi Freitas
flor de lis
traz a chuva, traz o vento
que eu quero me molhar
traz o riso pra aqui dentro
eu quero gargalhar
vem aqui, flor de lis
não demora pra se achegar
vem de novo, sempre quis te encontrar
traz teu sonho, traz teu beijo
que eu quero me banhar
não demora, vem de novo
perco os pés ao caminhar
você corre e eu te chamo
no teu peito eu me arramo
tua carne à flor da pele
tua saliva me derrete
vem aqui, flor de lis
não demora pra se achegar
vem de novo, me bate, até me remoldar
com Júlia Freitas
que eu quero me molhar
traz o riso pra aqui dentro
eu quero gargalhar
vem aqui, flor de lis
não demora pra se achegar
vem de novo, sempre quis te encontrar
traz teu sonho, traz teu beijo
que eu quero me banhar
não demora, vem de novo
perco os pés ao caminhar
você corre e eu te chamo
no teu peito eu me arramo
tua carne à flor da pele
tua saliva me derrete
vem aqui, flor de lis
não demora pra se achegar
vem de novo, me bate, até me remoldar
com Júlia Freitas
Gabi
vi um belo livro na estante
me interessei por ele num instante
quando li suas páginas, logo, percebi
a razão de todo aquele interesse
quem me dera todo o mundo lesse
a poesia escrita ali
não sei se eu posso falar
com precisão, te contar
mas eu sei! eu sei o que eu li
eram apenas quatro letras
a beleza de quantos mil cometas
era só um nome...
era Gabi.
quando eu falo, não há quem me ouça
como a beleza daquela moça
a do livro
mexe comigo
a guitarra que o Gilmour usa
as mil rosas roubadas do Cazuza
qualquer coisa pra te ver sorrir!
não sei se vou voltar a encontrar
outro livro que me faça suspirar
depois que eu li Gabi
para Gabi Faleiro, com todo amor e saudade.
quarta-feira, 22 de julho de 2020
nada além de desejo
pele suada e molhada
boca sedenta e safada
olho fixado, mirada
violas e letras surradas
meu caderno rasurado e de linhas entrelaçadas se pergunta quando escreverei nele, outra vez, cada detalhe da tua respiração.
o autor está morto. o que resta sobrevive na tua interpretação.
mas que morte?
a morte do desejo, por exemplo.
que, de um jeito meio transcendente, ao se realizar, morre em um plano, pra renascer em outro.
e onde fica o poema?
na pequena semente
em cada lamento, um pedaço de gozo na terra
o que treme já foi um segredo
outra pequena semente
nos gritos mudos, o inteiro da revelação dos mares das tuas pernas
a força da maré nunca foi segredo
duas ondas entrelaçadas nos meus quadris.
nada é tão eterno quanto o efêmero vivido até a ultima gota.
boca sedenta e safada
olho fixado, mirada
violas e letras surradas
meu caderno rasurado e de linhas entrelaçadas se pergunta quando escreverei nele, outra vez, cada detalhe da tua respiração.
o autor está morto. o que resta sobrevive na tua interpretação.
mas que morte?
a morte do desejo, por exemplo.
que, de um jeito meio transcendente, ao se realizar, morre em um plano, pra renascer em outro.
e onde fica o poema?
na pequena semente
em cada lamento, um pedaço de gozo na terra
o que treme já foi um segredo
outra pequena semente
nos gritos mudos, o inteiro da revelação dos mares das tuas pernas
a força da maré nunca foi segredo
duas ondas entrelaçadas nos meus quadris.
nada é tão eterno quanto o efêmero vivido até a ultima gota.
põe a língua!
a língua é arma
é corrente
nunca indiferente
é campo de batalha
é dever do poeta quebrar o língua
violentar o sintaxe
criar, dela, ume outre
libertar as entrelugares aprisionados
a disputa do mundo simbólico é vigente
sempre o será
guerra constante pelo domínio da criação dos mundos
e é pela língua!
a multiplicidade de contingências e casualidades
o convivência das temporalidades
os portas para a novo
cada sílaba e letra que movo
as chaves dos grilhões
a matéria prima dos artesões
é pela língua!
na rizomática história das construções terrenas
contra os hierarquias violentas
contra o verticalidade des mecenas
contra a maniqueísmo sanguinolenta
é pela língua!
domingo, 12 de julho de 2020
Ciranda
ando tão distante de ti
nas voltas que o teu corpo me dá
escrevo cartas com tudo de mim
que se extraviam
nos becos escuros e estreitos do teu olhar
busco teu rosto no asfalto molhado
na lama pesada
na rosa mais simples
não aguento essa ciranda
de todo o velho e todo o novo
minha pele se inflama
e grito! na cama
pelos beijos teus
entre os dedos meus
ando tão distante de nós
nos tempos que minha mente criou
deixei poemas em tudo de mim
que se desbotam
nas esquinas paradas e cheias do teu olhar
busco teu gosto no beijo molhado
no riso pesado
no espinho mais simples
não aguento essa ciranda
de todo o velho e todo novo
minha pele se acalma
qual grito calado
pelos sonhos meus
entre os dedos teus
e a pele fronteira
que guarda a alma
separa a máscara
rompe o tecido
não aguento essa ciranda
de todo o novo e todo o velho
sopra o vento da realidade
pelos beijos teus
por entre os dedos meus
pelos carinhos que foram nossos... um dia.
nas voltas que o teu corpo me dá
escrevo cartas com tudo de mim
que se extraviam
nos becos escuros e estreitos do teu olhar
busco teu rosto no asfalto molhado
na lama pesada
na rosa mais simples
não aguento essa ciranda
de todo o velho e todo o novo
minha pele se inflama
e grito! na cama
pelos beijos teus
entre os dedos meus
ando tão distante de nós
nos tempos que minha mente criou
deixei poemas em tudo de mim
que se desbotam
nas esquinas paradas e cheias do teu olhar
busco teu gosto no beijo molhado
no riso pesado
no espinho mais simples
não aguento essa ciranda
de todo o velho e todo novo
minha pele se acalma
qual grito calado
pelos sonhos meus
entre os dedos teus
e a pele fronteira
que guarda a alma
separa a máscara
rompe o tecido
não aguento essa ciranda
de todo o novo e todo o velho
sopra o vento da realidade
pelos beijos teus
por entre os dedos meus
pelos carinhos que foram nossos... um dia.
com Luiz Pi Freitas
quinta-feira, 9 de julho de 2020
o poeta
poeta é dos loucos, poeta é da barbárie
poeta é do caos e da ojeriza humana
poeta é da madrugada barulhenta e das manhãs felizes
poeta é do grotesco e do sublime
poeta é da dor e do amor
poeta é eterno
entrelugares
se nas trevas de tua indiferença me movo
nas brasas vivas do teu toque me prendo
quando esfolo minh’alma na tua
no amargor calado da saliva crua
colho todo o mal que não compreendo
na espera de senti-lo de novo
Luiz Miranda
sábado, 4 de julho de 2020
ela, o amor!
multiforme
inquieta e acalentadora
arrebatadora
masculina, feminina e muito mais que apenas isso
nas sístoles e diástoles do seu pujante pulsar
banhada em gotas de suor e encharcada por sorrisos e suspiros.
colorida pela miríade de desenhos corporais satisfeitos
invulnerável, como desejos palpáveis - também frágil
carente de cuidados eternos uma odisseia inebriante, letárgica.
incapturável, indefinível... move-se lenta e fatalmente, quando e onde quer
porque ela é livre!
ainda que sejam muitos os que tentem
jamais se dobra aos mandos e desmandos arbitrários e autoritários.
quem seria ela, senão o amor?
ela, vestida das chamas rebeldes da resistência
quebranta as rédeas ditatoriais da imposição
cria caminhos por entre os escombros e brilha!
brilha até cegar os prepotentes, que caem - impotentes!
ela, ela! a quem conhecemos por amor!
inquieta e acalentadora
arrebatadora
masculina, feminina e muito mais que apenas isso
nas sístoles e diástoles do seu pujante pulsar
banhada em gotas de suor e encharcada por sorrisos e suspiros.
colorida pela miríade de desenhos corporais satisfeitos
invulnerável, como desejos palpáveis - também frágil
carente de cuidados eternos uma odisseia inebriante, letárgica.
incapturável, indefinível... move-se lenta e fatalmente, quando e onde quer
porque ela é livre!
ainda que sejam muitos os que tentem
jamais se dobra aos mandos e desmandos arbitrários e autoritários.
quem seria ela, senão o amor?
ela, vestida das chamas rebeldes da resistência
quebranta as rédeas ditatoriais da imposição
cria caminhos por entre os escombros e brilha!
brilha até cegar os prepotentes, que caem - impotentes!
ela, ela! a quem conhecemos por amor!
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todo sofrimento vale após um amor digno de morrer.
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