No varal eu estendo a melancolia da manhã gris
E de lá recolho o dicionário de desejos já manifestos
Homéricos
Infeliz
Penso no que ser feliz seria
se prosa ou poesia
Se como tua presença doída
Ou como tua ausência sofrida
Olho por sobre o muro e vejo meu inimigo
Vejo neblina castanha no seu olhar
Meu inimigo se parece comigo
Minha solidão vê-se acompanhada
Ainda que de mim mesmo
Liberdade acanhada.